Foto: Pedro Piegas (Diário/Arquivo)
No último fim de semana, Santa Maria e região registraram cerração intensa durante a manhã e no entardecer de sábado e domingo. Mas será que a máxima “cerração baixa, sol que racha”, comumente utilizada nos dias de neblina, faz sentido?
Consultamos Gustavo Verardo, meteorologista da BaroClima, para saber se a expressão popular se confirma através de explicações científicas. Para isso, primeiro é preciso entender a diferença entre nevoeiro e neblina, dois fenômenos associados à cerração.
Conforme Verardo, o nevoeiro possui visibilidade restrita, inferior à 1km, por exemplo. Já a neblina permite uma visibilidade maior que alcança além de 1 km. Comumente os dois fenômenos fecham aeroportos nos meses de outono e inverno, por serem densos tanto na horizontal quanto na vertical ao se tratar de altitude.
Segundo o meteorologista, essas duas estações são mais propícias à formação de nevoeiro pela alta umidade relativa do ar. O fenômeno costuma ocorrer entre a noite e manhã por também ser o período em que os índices de umidade estão próximos a 100%.
Mas o termo cerração, é correto? De acordo com Verardo, apesar de ser um termo popular, ele é corretamente utilizado. Já o ditado, quando aplicado, principalmente a Santa Maria, costuma ser preciso:
— Santa Maria é uma forte candidata à incidência de nevoeiro por conta do relevo, altitude baixa e por ser cercada por morros que impedem a dissipação rápida do fenômeno, além de que, áreas de baixada concentram mais umidade — confirma o meteorologista.
Para Verardo, a incidência da cerração nos últimos dias se deu pela soma entre a alta umidade e os ventos. Esses dois fatores, e uma atmosfera sem perturbações, favorecem a ocorrência de nevoeiro ao formar gotículas de água suspensas na atmosfera.
Com o surgimento do sol e o aumento da temperatura ao longo do dia, somado ao vento, essas gotículas no ar acabam por se dissipar totalmente, permitindo que o sol de fato apareça em um céu límpido. Ou seja, cerração baixa, sol que racha!